Na vida, é comum nos fixarmos em algumas coisas e pessoas,
que nos dão a sensação de estabilidade, de pés no chão, de segurança. Isso é
algo saudável, na medida em que nos ajuda a construir nossa identidade, a ter
um senso de continuidade.
No entanto, muitas vezes nos excedemos nessa coleção de
coisas e pessoas que vão enchendo nossa bagagem e apenas aumentando o peso que
carregamos na vida. Muita coisa que já perdeu sua utilidade, pessoas que
tiveram sua função, mas já não nos acrescentam mais nada vão aumentando o
fardo. Por isso, é fundamental exercitar o desapego.
Aquela roupa antiga que está no armário há meses sem ser
lembrada; um antigo namorado ou namorada que já ficou para trás há anos mas
continua ocupando espaço emocional; ou que ainda existe no presente, mas não se
encaixa mais na sua vida; um modo de funcionamento que era muito útil quando
você era adolescente, mas agora que você cresceu não te traz mais benefícios;
uma pessoa que te fez mal, mas que nem lembra mais da sua existência, enquanto
você continua vivendo em função da vida dela, acompanhando-a nas redes sociais,
desejando seu mal.
São inúmeros os exemplos de excesso de apego a coisas ou
pessoas que não servem mais. É difícil dizer o que faz cada um se apegar a
essas coisas ou pessoas. Mas, certamente, uma das grandes dificuldades das
pessoas é viver o luto. Desapegar implica em sofrer, vivenciar o luto, a perda
de algo que foi importante para você, mesmo que tenha sido ruim. Sofrer é
necessário – é claro que com certo limite, caso contrário torna-se patológico.
Mas para que consigamos pular de um etapa para outra, o luto é necessário. Ele
ajuda a abrir espaço para o novo.
Portanto, desapegue. Crie coragem para passar por um curto
período de sofrimento pois, como diz o ditado: depois da tempestade, a bonança.
É preciso arrumar espaço para que coisas novas aconteçam.